20091018

status quo

febre delírio tremor encaçapar todos os seus pensamentos em um buraco e vomitar você mesmo e sumir você disse que ia dizer que tava tudo bem e não disse eu sangro pelas orelhas e tento segurar com os dedos por favor senhor tire os seus sapatos e não exploda nossos aviões e então vejamos dentro de você se há ossos que não deveria haver há um pedaço da sala que não foi pintado e cheira a mofo a mar a tinta ausente e olhar é ruim e nós nunca pintamos só o quarto sem janela e sem lâmpada que tremeluz com o calor e não tinha ninguém lá açafrão alecrim cravo e cominho caídos no chão as mãos estraçalhando a mesa farpas e agulhas nenhuma chuva nenhum calor umidade engasgada céu cor de marfim porta trancada deitar no carpete sem respirar com um fantasma no sapato eloquente exemplar interesseiro unha quebrada com carvão olho na nuca procurando e você veio de longe só pra voltar e é sentir dentro o de fora explodindo chora sem parar cabelo arranhado teto sem estrela passo na areia sem pesar sua mão em aceno sem apelo afundar em 1.

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