Naquele dia choveram molotóves.
Bum badabum bada-plasch! Era tanto fogo que nem dava tempo de pensar que era fogo.
Comia capacete, escudinho, farda, armadura. Os cacetes de borracha e ferro brochavam na mesma hora.
No chão também queimavam os cravos – ah, sim! Nem o tanque resisitu e também queimou, rosa-choque e não-aprovado-em-assembléia.
As faixas, os cartazes, as botas e as balas de borracha queimavam tudo junto num fogo só, repressão e reprimido berravam do mesmo jeito debaixo do vidro e do fogo que não parou de chover até acabar aquela palhaçada toda.
Havia um deus, e ele ouvia sex pistols.
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