MAS AFINAL, QUEM VENCEU O CARNAVAL DE 1937?
- jorge mourão, que inventou o terceiro lugar em pódios
- o povo romanche, finalmente livre do imperialismo subcutâneo
- todos aqueles que já imaginaram como seriam mais felizes caso suas mãos fossem grandes o suficiente para agarrar adequadamente os órgãos erógenos de seus parceiros
- o herói anônimo que descobriu a facilidade humana para abstrair mentalmente as doenças sexualmente transmissíveis
- marina messalina, a heroína de nome improvável que previniu a guerra do golfo 53 anos antes que ela se tornasse necessária, usando apenas a sua prodigiosa habilidade para a dança do frevo e seus olhos enigmáticos de protagonista de romance romântico cujos lábios derretem generais e cujas pernas enfeitiçam bruxas até que elas se tornem porcos que só sabem gemer feito poças
- o desejo (abstrato) de venerar os céus frios absurdos para essa época do ano, um desejo sem raízes ou razões, baseado apenas em um certo (e ultrapassado) éter inexplicável que inebriava certas cabeças e certos olhos ao ponto do torpor zumbi daqueles que passam os dias admirando as nuvens sem expressão e encontram nisso prazer inigualável
- os unidos dos samurais sem pé, esquecidos para sempre após 1939, mas por alguns instantes tão importantes quanto o papa, imponentes estátuas sem chão
- você, marcela, que me escapou como um pedaço de mentira escapa a um louco, enganando a quem se engana por hábito, e me deixou num labirinto sem nome dentro do qual eu grito que estou bem.
20110614
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Tinha um filme sobre isso, mas acho que se perdeu naquele GRANDE INCÊNDIO - o do Pandeiro, sabe?
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