20110614

HH792 - Parte 2

Daí a Sarinha se controlava, ou melhor, não se controlava mas ficava na dela talvez porque não tinha os instintos assassinos ou porque no fundo no fundo nem ligava mas com certeza um dia vai acabar lembrando da situação como uma daquelas em que o ser humano pensa que poderia ter travado um debate acalorado regado a argumentos sólidos e rAcIoNaIs. A Cinthya, no entanto, a julgar pelos tremores sutis e pela vermelhidez facial, tinha cara de quem ia, a qualquer momento, se dirigir até a professora e cometer um hOmIcÍdIo triplamente qualificado contra a mesma como quem serve de exemplo em alguma analogia idiota que não tem por que estar no texto além de iNfLaCiOnAr a contagem de palavras.

Aí o leitor com certeza deve pensar que isso foi cuidadosamente planejado, ou que essa oração é uma tentativa de inciante de despistar o raciocínio do telespectador, ou tentativa de escrever em uma meta-linguagem elaborada né? Aí ele já sabe exatamente o que é esse parágrafo.

Eu acho interessante desenhar imitando alguma estilização histórica. Desenhar "estilo mangá" , "estilo Marvel" etc. O desenhador se esforça pra fazer uma coisa que ele já sabe que é bonita. Eu não tenho saco pra me esforçar tanto assim. Aliás eu não tenho saco pra me esforçar por motivo nenhum, no geral. A preguiça me faz ignorar um monte de proporções e desenhar umas coisas estranhas. Aí eu vejo o desenho e lembro do rosto dela e a imagem vem como se fosse uma foto (olha a metáfora! e olha a observação ignorável entre parênteses). Aí eu penso "Não, ele é mais redondo, os lábios e os olhos são menores". Normal, aí se eu for racionalizar de um jeito que exalte a minha tosquisse artística eu posso dizer que "Ah é legal porque aí eu me lembro dela direitinho". No fim é a imagem da Sara que passou pela minha cabeça e foi parar no papel. É uma espécie de documentação.

Falando em coisas óbvias, quem entra nesse blogue além dos próprios autores? Acho que ninguém.

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