20110104

provocação a henrique: em busca de um TCC (SPOILERS)

Brainstorm de uma pessoa só, em busca de um projeto que fundamente a imersão necessária para que exista (um projeto que seja de fato um projeto).
O que significa, para que fazer, qual fazer, como fazer . . . ficção ! ! !
Então você tem um garoto e uma garota e talvez Cubatão, talvez mesmo são Paulo, ele está lá e é chato e ele se debaixo da ponte e talvez fume um cigarro enrolado (qual idade? Qual idade?) ou talvez o inverso.
ELA enfrenta um carro-touro, o touro buzinamuge, ELA se esconde do carrotouro

Começa o filme: ela debaixo da ponte, suada, suja, arfante, ela se prepara, talvez ponha bandagem no braço, algo assim. (“o que você faz?” “mato monstros” “que tipo de monstros?” “os que ninguém percebe, os cotidianos” “por quê?” “quero acabar com o mundo”) e ELA pisca e CORTAMOS
ELE acorda com ela a seu lado, pergunta “quem é você?” e ela “um anjo” “dos bons ou dos maus?” “acima e além” “você saiu da minha cabeça, né?” “sim” CORTAMOS
ELA espera, com cano na mão, o carrotouro que se aproxima. No meio da rua, escapase no último momento, desliza ao chão, enfim, fazse de toureira mas não o acerta, erra na escapada, levantase com esforzo, carro derrapacavalodepau, ela vai e se prepara pro salto e pula por cima do carro touro, acerta-lhe golpe certo, mas fincase a roupa em seus chifres. Fechamse os olhos.
“na verdade, saí de sua orelha” “eca ai, explicada minha coceira” “não é também motivo pra ficar bravo comigo” “não. . . e você veio e vai, assim?” “sim, coisas a fazer”
ELA golpeia, golpeia, golpeia o monstro. Abrelhe o teto, agarrase melhor, terminase de rasgar logo a parte da roupa, o carro faz todo tipo de coisas para livrarse, ela alcança a alavanca que abre o capô do carro, abre-a, sai fumaça, ela cai do carrotouro CORTAMOS
ELE está lá, debaixo da ponte, dormedescança, fuma um cigarro enrolado, sabe-se lá. Sozinho. CORTAMOS
ELA erguese com dificuldade e dá ainda mais um pulo direto em cima do carro e pula e BUM mão no MOTOR e arranca qualquer coisa uma peça coração o carrotouro sangra óleo e a situação é crítica, mesmo e ela leva uma pancadona e está no chão com o objeto na mão e AI como dói.
ELA, ele, como explicar que ele exista? Precisa mesmo existir? ELE cozinha alguma coisa pra ela e lhe diz “Coma bem, então, descansa antes de acabar com o mundo” e ELA sorri pra ele “Você sabe que nenhuma gentileza vai impedir meu plano, né?” ELE lhe sorri e enfia uma panqueca com morango em seu prato.
Talvez, enfim, talvez, uma fábrica e deitados vendo céu, sei lá, momento de feições? Silêncio. Ele pergunta num fim: “E você tá perto?” “Não sei, pode acontecer qualquer hora, cada monstro pode ser o último” “Quanta dramaticidade !” “Faz parte do ofício” “Anarquista de meiatigela” CORTAMOS
ELA retira uma faquinha de sua cintura e enfia-lhe no coração do carro em sua mão, o carrotouro urra. ELA insiste, desmanchase o coração em sua mão, o carrotouro morre.
O MUNDO NÃO ACABA.
Debaixo da ponte, ELA arruma suas bandagens, limpa suas coisas, arruma a roupa de algum jeito, enfim, mais uma vez. Braço quebrado? “E então, ainda estamos vivos?” “Sim, não foi dessa vez”.
FIM



nota: estão todos convidados a comentar e ajudar nesse filho estranho maluco improvável

2 comentários:

  1. Gostei, gostei bastante. Tem coisa aí!
    Mas não consigo deixar passar uma questão prática e chata. Você acha que podemos destruir o carro touro gratificantemente sem destruir um carro-defato?

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  2. Ah, não importam questões práticas quando se está escrevendo emburrado no café suplicy.

    Sei lá que tipo de invenções maravilhosas precisariam ser feitas para evitar os custos enormes. acho que a solução tem que estar no ROTEIRO.

    Mande sua versão :D

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