Um cachorrinho com a dona no meio-fio. Na coleira. Patinha na rua. Certa vitalidade decisiva. Olhar atento, mas tranquilo, seriedade dos que são e são muito bem. Um cachorrinho que parecia se submeter à coleira simplesmente porque ela não valia nada, ou ao menos não muita coisa diante de sua plenitude canina, posando seu desejo nato de atravessar a rua com sua dona, ou ainda, atravessar sua estúpida dona na rua, ou ainda, atravessar a rua na dona, ou ainda, atravessar a coleira na dona na rua. Não parecia importar nada, pleno em seu pelo, com seus olhos brilhantes, mas serenos.
Pensei então em escrever um romance sobre este belo cão, mas percebi que só seria possível se eu fosse o escritor mais rápido do mundo, pois já agora bate um desgosto em continuar a falar desse cachorro que agora, palavra a palavra, se torna estúpido.
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melhor fazer isso do que ter um instagram.
ResponderExcluirda impossibilidade do retrato
ResponderExcluirou
da impossibilidade do projeto
Ou você tem que ser rápido ou isento de senso crítico. São as duas únicas opções.
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