20240802

Bom, depois do fim do mundo sempre resta uma lesma lerda pra morrer. E ela que tanto nada foi, passou a ser o último bastião do gene vivo arrastante. Seu traço de gosma traceja sobre quilômetros de pedras vulcânicas do blog extinto. A bolha do passado estourou e na pequena poça de esperança surgia alguma coisa assim um tanto indeterminada, quase com preguiça do que viria a ser a era de ouro da poesia universal.

Câmbio. bzz z z t-


20170601

nem sempre dum gozo resulta um poema

nem sempre dum gozo resulta um poema
minto
quase nunca dum gozo resulta um poema
(não era mentira, então
o quase nunca está no nem sempre
o nunca quase nem está no sempre

ou seja: sim, às vezes pode ser assim)
porque dum gozo resulta o sono
ou a tristeza ou o cigarro ou
a pressa de se vestir e ir ao trabalho ou
o banho o papel higiênico os lenços umedecidos
ou do gozo resulta o gozo
outro gozo – seu, nosso, deles –
isto é
o gozo quântico
(ouvi falar do gozo de fulano
dizem que fulano gozou bem
gozou forte
gritou e gemeu e
daí nasce outro gozo, aqui, em mim, transmitido via pensamento
boato telepatia telecinese
simultaneamente, direto da apatia elétrica do universo)

– seu gozo pode muito bem vir a ser meu gozo
ainda que minha cabeça esteja alheia aos gozos dos outros
e, especialmente, à poesia –

pois:

nem sempre dum poema resulta um gozo, até
os poemas broxam, vazam nas mãos nos lençóis nas nádegas e
às vezes nas bocas nos seios nos cabelos ou
no látex nos seus úteros nas tuas entranhas
os miúdos

; minto
quase nunca dum poema resulta um gozo
um poema não é perfeito
um poema não tem fim
não se mata nem mata

[o gozo
[corre e
[pontua

20161010

morte é vida - severed limbs


não há de existir
pelo tempo que houver tempo
nada mais lindo que a nossa morte

20161008

Algumas mortes.

Morre-se muita coisa.

Isto é, morre-se tudo.

O estar morto, em si, não é nada mal – ao menos não parece ser, é exatamente isso, na verdade, "nada mal". Sem dúvida sou óbvio aqui, mas o duro mesmo é a relação entre o vivo e o morto. Mais especificamente, o olhar do vivo para o morto.

Eu, vivo, vejo. O quê? Os mortos, e também os outros vivos olhando mortos. Vejo também as partes de mim que já morreram e, pra ser bem sincero, chega a ser alarmante sua quantidade. Numa analogia também já velha – quase ao ponto da putrefação –, é o problema essencial da necrose: se uma parte de seu corpo já está morta, ela vai de pouco a pouco matando também o resto, e, portanto, caso se queira preservar a vida, é preciso eliminá-la de todo, talvez mesmo cortar-lhe logo o membro por completo. Também é assim com a morte da personalidade ou até da história de uma pessoa, caso não seja feita uma excisão perfeita é certo que ainda mais e mais e mais será consumido pela morte.

O problema – como em mais tantos outros casos que poderiam se tornar comparações fáceis aqui – é saber se o que está morto está, de fato, morto. Diferentemente do corpo, em que os doutores veem claramente os sinais da decomposição e até mesmo um leigo pode percebê-los com certa facilidade, nossa mente/espírito/atitude/passado é transparente demais para que vejamos o tecido negro. Ou, melhor, é opaco demais para os olhares externos e transparente em excesso para quem vê de dentro. And so on and so on.

Talvez algumas mortes precisem ser definitivas.

Não.

Todas as mortes são definitivas. Chega um ponto em que só se pode lembrar e erigir monumentos ao que já se foi.

A República, enfim, fecha as portas totalmente. Obrigado a quem resistiu ainda mais um pouco, mas a verdade é que já estamos todos mortos.

Sinto saudades tuas.

20160720


Olho distraído, distraído porque faço outras coisas, coloco os pratos na máquina, rego meu pé de sálvia, cuido da minha vida, enfim, olho e meu olhar se depara com a janela que dá para a rua e eu instintivamente procuro o imenso tanque de aço maciço que deveria avançar em direção à Vergueiro, rodeado por milicianos deste ou daquele lado, todos muito festivos com suas bandeirolas dessa ou daquela cor e cantando hinos e incitando as pessoas das casas a se juntarem a elas, supondo que já tenham terminado com a louça ou a sálvia. Na Vergueiro estariam já outros tantos tanques, e porque moro perto eu penso que deveria ser capaz de ouvir os tiros dos canhões, as dinamites, o grito assustado das pessoas correndo rua abaixo e se deparando com o tanque e os milicianos em festa.
Mais abaixo, na praça, ocupando a quadra onde em outros tempos alguém jogaria futebol ou soltaria o cachorro para correr um pouco, imagino os outros jovens, talvez com porte menos atlético e ar mais intelectual, lendo textos muito antigos ou muito novos em voz alta para as pessoas ao redor, chamando-as para a ação. Mesmo as pessoas que estejam na praça apenas porque queriam soltar seus cachorros certamente se comovem, talvez não pelo texto, que afinal é um pouco antigo, mas sim pelo fato de estarem os tanques nas ruas e por todo o resto, as certezas todas se desmantelando sob os aviões bombardeiros e os tiros de metralhadora.
A essa altura, tenho certeza de que uma menina vai vir correndo da praça, subir a rua a despeito de os tanques serem todos inimigos (no fim, todos os tanques são inimigos, porque ela é uma pacifista convicta), vai gritar em resposta para os milicianos que naturalmente não teriam como ouvir nada e então ela vai olhar para cima na esperança de encontrar ajuda e seus olhos encontrarão nada mais nada menos que os meus próprios, um pouco distraídos com a louça, mas ainda assim capturados pela cena e pela rua e pela janela. Eu também não ouviria nada do que ela diria, mas saberia que era importante, ciente dos tanques e dos tiros e dos aviões.
No fim, não havia nada de inocente no meu ato de estar distraído e me deparar de repente com a janela, era tudo absolutamente programado para eu testemunhar um ato qualquer de coragem que me tirasse da janela, talvez não sem antes regar também a pitangueira e o coentro, e descer para a rua para combater também os milicianos com suas dinamites, na esperança de conservar um mínimo de normalidade no mundo, evitar que aquelas pessoas todas a destruíssem a tiros.
Mas não tem tanque nenhum subindo a Machado de Assis. Se alguém está atirando na Vergueiro, daqui eu não ouço nada.
Talvez eu tenha entendido tudo errado.
Talvez seja justamente a normalidade que eu deveria sacudir das pessoas na rua, trazer eu mesmo os tanques, lançar minhas próprias dinamites.
Nem que fosse só pra deixar o mundo um pouquinho mais coerente.

20160407

eu não vou mentir: estou bêbado até n˜åo haver mais fim e detesto absolutamente tudo isso

não tem jeito nenhum, não tem limite, n˜åo tem nada; para mim, bem poderia se dizer que simplesmente não existe nada: não há arrependimento, n˜åo há outras esco.has, só exisgte o MAL, a certeza de que não importa muito o que possamos fazer.... rezulta em lixo, resulta em força desperdiçada, e eis aí o maior crime

NÃO NUNCA DE FORMA ALGUMA AO DESPERDÍCIO, MORTE AO DESPERDÍCIO

pq tanta energia colocada nisso? eu gostaria mesmo é que

não; de forma alguma, apenas o mal: o mal resulta em: nof im da decepçãp – parenta direta da, por exmeplo,recepção

eu já avisei que estou louquíssimO? como consigo ainda encontrar os dedos aqui? não tem como, na verdade a tela já fooi? resta apenas teclado e velocidade: algo precisa ser dito ante que seja impossível.

só há o mal. a embiraguez, a desilus˜åo – olhar racionalmente para o mundo é desiludir-se' usar toda forma de droga também o é* nota de rodapé: * não existe verdade – e em algum momento BANG acertar as letras no teclado exige muita atençnao, simplesmente andar ou olhar pra frente ou dizer bom dia, isso tudo denota atenção, e, em bem, verdade, todos os dias, demandam, atenç˜åo.

FECHO OS OLHOS minha cabeça desliza para tr´ås. mmmmmm nnao é bem isso

onde está a infelicidade? pq ela existe de verdade? existe algum tipo de raz˜åo evolutica para que ela exista; senão não estareiamos assium tn˜åo infelizes falando sobre pokítica e bebendo o máxino possível;

qiem sabe mais um dia. eu nnao sei nem o que dizer. tenho sinceramente tudo de que preciso, mas algo ainda assim dói demais.

mal tenho parâmetro


errei demais e infelizmente nem seuqer me arrependo

2016.

20151210

Meus amigos são todos ricos.

Ou então são pobres por opção, quiseram fazer o que lhes desse na telha, foram lá, fizeram. Têm hoje, eles todos, a profissão que terão pelo resto da vida: não lhes preocupa a perspectiva de uma promoção, um aumento, não lhes interessa fazer um mestrado (mas fazem!), porque já são ricos ou escolheram ser pobres, não dividem seu tempo em um milhão de atividades desconexas, incompatíveis, impossíveis, não sentam-se à noite cansados e se perguntam se vão dedicar as horas livres (que têm) a isso ou àquilo, porque são coerentes, não se perguntam às vezes o que diabo estão fazendo com suas vidas, não fazem planos de começar qualquer coisa em um ou dois anos, porque já começaram tudo, é claro, estão agora em vias de realizar, cumprir, às vezes até terminar, e não sentem que metade das suas atividades é um atraso injustificável à outra metade, sem no entanto saber em qual metade deveriam estar avançando e qual metade os está segurando para trás, não desperdiçam ainda mais tempo escrevendo devaneios, muito menos se culpam quando não os escrevem. Meus amigos todos venceram na vida.
Um dia, eu já fui destinado também à vitória. Um dia eu estive fadado a ter tudo aquilo que o Universo tinha em reserva, e não era pouco, porque eu unia as oportunidades à competência, digamos assim, como quem une o útil ao agradável, a fome à vontade de comer, as asas com o saber voar, inclusive era da comunidade do Orkut, Já Tive um Futuro Promissor, ou algo assim, e também da Provo Teses Com Comunidades, que aliás vem a calhar, mas divago, acontece que um dia aconteceu alguma coisa, já nem sei, deve ter acontecido, porque de repente (não mais que de repente) eu já não tinha mais coisa nenhuma, não era nada daquilo que meus amigos são, era uma criatura dividida em mil outras, nenhuma se dando com as demais, nenhuma sabendo o que fazer com as demais, sem nenhum plano de metas, nenhum compromisso com futuro nenhum nem apetite, ou talvez fosse o contrário, um apetite grande demais, que não cabia na minha fome, nas minhas asas, no meu Orkut. Eu também um dia fui destinado a vencer na vida.
Hoje estou destinado a muito mais.

20150921

mais mais do mesmo

a poesia morreu
vi hoje no jornal
confesso que não a conhecia muito
mas admirava seu trabalho

a poesia morreu
atropelada pelos arroubos juvenis
instrumentalizada por gente
sem nem diploma técnico
em versos....

ou então:
a poesia morreu
afogada pela estabilidade velha
elevada ao inalcançável por gente
de conhecimento e habilidade
inversos.....

.... .. . .. . .... . . .. . . . . .. .... .. .

*8*

tive um instrutor de trânsito que me ensinou tudo sobre estética, eu dirigia e ele às vezes exclamava "OLHA A GOSTOSA" e eu nunca tinha percebido gostosa nenhuma então eu ficava procurando o que ele tava apontando e era uma mulher às vezes gostosa mesmo mas na época eu não reparava em ninguém na rua

ele me ensinou a reparar nas pessoas quando estou dirigindo e meu cérebro grita OLHA A GOSTOSA e acho que é dessa forma que olho pros retrovisores e presto atenção no trânsito e paro para os pedestres na faixa pois fui treinado pra procurar gostosas na rua

um dia o instrutor não gritou uma única vez OLHA A GOSTOSA e isso foi depois que eu já havia reprovado no exame uma vez e fui fazer uma aula extra e isso me tocou muito havia algo de errado com ele provavelmente algum problema pessoal ele estava fora de si

cogitei falar um OLHA A GOSTOSA pra ele pra tentar animá-lo mas não consegui invocar a intimidade necessária para isso

tenho certeza que havia muita dor naquele homem pois pela primeira vez me identifiquei com ele de certa forma ele também me ensinou um pouco sobre empatia mas principalmente sobre procurar gente bonita na rua mesmo

|=^.^=|

.... . . .. .... . . . . .. . ... . . .. ... . . ..

É preciso estar atento ao futuro e à evolução das coisas, é preciso anotar como nos sentimos para que saibamos como as coisas de fato mudaram. Não tanto como História, contexto cultural-social-econômico, mas tenho achado mais e mais importante o exercício de reflexão diária de como eu mesmo me sinto para quem sabe ter uma ideia mais precisa, no futuro, do que passou comigo. Para evitar o saudosismo burro ou talvez para olhar pra trás e pensar: como não pude perceber que eu estava assim, como podia acreditar que estava assado; e terei resquícios materiais para trabalhar. O problema, como sempre, é a autossabotagem: é preciso evitar que o meu eu-presente plante falsas pistas para meu eu-futuro. Será possível?

. ... .. .

há coisas que não devem ser tornadas públicas, nunca.

20150425

aaah

retomando as boas tradições, tomo o foro público para falar sozinho, certo de que estou solitário, de que não me ouvem, de que está tudo bem apesar de eu falar sozinho, solitário, sem ninguém para ouvir, mais que um pouco oco

não tive consciência até pouquíssimo tempo atrás – troquei a aba do browser e tomei conhecimento sobre isto –, mas um sonho irrealizável meu foi escrever a letra de uma canção, apesar de não ter estudado e me importado com música durante toda minha vida

diferente de um filme que, em algum nível – à superfície e fedendo a mangue –, pode ser entendido como uma tradução de um roteiro, isto é, um movimento de translação entre diferentes linguagens, a música não traduz a letra. talvez se pudesse dizer que suas intenções são traduzidas, mas isso não me interessa nesta simplificação

a letra de uma canção é a transcrição de algo muito concreto, i.e. a concretização de um arranjo de palavras. em oposição ao que o roteiro é para o cinema, um objeto anterior ao filme que o direciona, a letra acontece simultânea à música.

pelo menos é assim que me parece, nunca tendo escrito uma letra e sem saber um pingo de música
e escrevendo de olhos fechados  e quase dormindo
exatamente como me sentia estudando geografia na época do cursinho, a certeza de que vou dormir e nem sequer perceberei o que aconteceu

obrigado por manter a guarda enquanto

20150327

à misantropia, com amor

assim que a porta se fecha, andreas pode escolher seguir curso ou interrompê-lo efetivamente
com apenas um botão pode provocar seu apocalipse particular
e o faz

20150218


adeus,
agora
começar
o que interessa.


.

20150206

morte anunciada



a morte da república
ilustrada, aqui, pelo renascimento de outra

e nossa republica só poderia ter fim
republicanamente

(https://noticiasinternacionaisanos70.files.wordpress.com/2013/05/republica25_0001_capa_t04.jpg)

20150119

review de escovas de dente (Curaprox X SanFil)

esses tempos, pensei em escrever aqui uma crítica sobre escovas de dente. 
ao invés disso, fiquem com estes manatis simpáticos:



20150110

Sexy dog



Preta: uma quase pin-up (ela só inverteu, abriu os membros inferiores quando deveria tê-lo feito com os superiores)

20141220

poema político contra a poesia de jogo de palavra (manifesto contra a juventude ou: a nova rima é entre e intra palavras ou: aliteração radical é Bela ou: mais um manifesto contra a beleza ou: o poeta enquanto manifestante enquanto Homem de bem ou: a revolta como situação adormece ou: facebook é ainda mais uma morte da poesia ou: argumentontardio contra vídeo que vi faz tempo no youtube)

habita as palavras o hábito
o mau hálito
halitose ácida, acidose básica
a cidade ácida germina o germe
poético político estético

transeunte em transe no trânsito nervoso
das manifestações vorazes da vontade de falar
denunciar o falo, o falso, o fascista
a família falha
o coxinha coxo de razão
assume o gosto da denúncia na boca
mas percebe: o amargor é menor que a doçura

as palavras são jogo, a luta é linda, tudo explode no floreamento da linguagem
flores, não dores
a sede cede ao poema
posiciona-se e sinaliza-se solidário
busca-se o calor do corpo social
e o quentinho dentro do peito

não importa se boa; se Boa e Bonita (rubrica: sons soberbos sob suave indignação vocal), já está bem
muito bem
de bem
para bens

~
~
~

20141214

nota encontrada no ipod

começa com um haicai:

estrada alonga
all along the express way
rio a noite toda

e segue:

imagens noturnas de dentro do ônibus, aquelas que conhecemos todos muito bem, as luzes passam através de uma cortina.

e daí? daí seguem-se imagens de pombas ou outros animais numa praia

a praia é toda
tola torra terra mar
earth can be sandy

ato 2:

uma pessoa bebe algo em algum lugar, sozinha ou acompanhada. Cai um raio. não, não cai um raio. nada cai, permanece como antes tudo que estava antes.

então, como solução: viragens, vermelho, azul, laranja, amarelo, púrpura.... como um anúncio de kebab em um país estrangeiro

e por estrangeiro se entende não-turco

O CONTRA-império turco, seu avesso completo (as coisas sem dúvida precisam de seus avessos, ou correm risco de se sentirem sozinhas)

ou seja: o protagonista passa a ser o (fantasma) do contraimpério

o avesso serve de adversário ou de complemento, mas é mais relevante o seguinte: o avesso pode (e é sempre o caso) servir de MOLDE.

ou seja: tudo que não é você (excluir-te totalmente do mundo) pode ser entendido como seu molde. preencha o vazio do antivocê com matéria humana e você terá novamente você.

isto é: se nos retirarmos do mundo (quando nos retirarmos), o que incomoda mais não é tanto nossa falta, mas o vazio que deixamos no molde. se ele não é preenchido, ele desaba em si mesmo e, do molde, não resta nem o espaço que costumávamos ocupar. o que resta do molde é o molde e algumas impurezas.

só se mantém o vazio do molde com esforço intenso, que consiste justamente em ocupá-lo com algo que pareça o corpo que ali habitava

memória, imagem, representação

no entanto... trata-se mais de reproduzir o molde (recriar artificialmente o que sustentava nossa presença) do que preservar o sujeito. o sujeito é mutável e morre, o molde se reconfigura ou cede.

A impressão de teus atos, a impressão de teu corpo, ou então o oposto, a pressão de tudo que te é alheio (teu antiteu) que te conforma, que te permite imprimir e impressionar algo ou alguém.

teu antiteu.

como materializar (representar) essa ideia? um sujeito e seu antissujeito e a forma como um e outro se colocam em situações contraditórias. necessariamente, um determina a existência do outro

como quando um corpo desloca determinado volume de água com seu corpo, a relação inevitável e instantânea entre dois corpos. moldar a água, ser moldado por ela. água-objeto, água-molde

água-molde em pedra dura
envolve tanto
que
torna a pedra areia.

20141113

27 de novembro:


"Tudo está se complicando. Estão acontecendo coisas horríveis. De noite acordo gritando. Sonho com uma mulher com cabeça de vaca. Seus olhos me fitam fixamente. Na realidade, com uma tristeza comovente."

(R. Bolaño, Detetives Selvagens, pag. 94)





20141105

20141022

diário de uma viagem de honra, primeiro dia, 1



viajo para bh para assistir à estreia do CIAO MIAO sozinho
o terminal 4 é triste, parece aeroporto de cidade do interior (cidade grande do interior)
as empadas terríveis me custam 7 reais cada
o trânsito foi muito bom e o transporte público não estava cheio
promessas de um futuro farto

20141008

UMA DIÁRIA DA LESMINHA MONTADORA: HORA 23



ACABOU
(às vezes é preciso acelerar os processos para percebermos as diferenças, como o canto das baleias; reúna as horas passadas, veja a cena amorosa.)

UMA DIÁRIA DA LESMINHA MONTADORA: HORA 22


QUASE

UMA DIÁRIA DA LESMINHA MONTADORA: HORA 21


RETA FINAL

UMA DIÁRIA DA LESMINHA MONTADORA: HORA 20


OUTRO AINDA